(…) A seguir, uma beira de
estrada, um carro a desacelerar, o vidro baixa, o sujeito anafado, com uma
calvície suada, mais velho que o pai, de sorriso suíno, três frases e negócio
firmado, ela com a urgência renovada de retomar a fuga, a dignidade já nem nos
bolsos, seguiram-se mais beiras de estrada, matagais, pensões de colchas
nodoadas, contudo, a certa altura, percebeu-se numa fuga solitária, já sem amigos, o amigo mais próximo pareceu-lhe um sonho de uma outra vida…
in O silêncio do verbo
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