Hoje
apenas uma memória, se me perguntassem quando a última vez que o senti, não
poderia responder, em verdade, não me recordo, apenas tenho a certeza de que,
com o tempo, foi à minha volta rareando o cheiro a terra molhada, como eu
gostava, após uma chuvada, em mim e à minha volta desse aroma que se levantava
da essência das coisas, por momentos, breves de facto, parecia que homem e
natureza se reencontravam, e um sentir de regresso à casa de sempre, há tanto
que não sinto o cheiro a terra molhada, nem mesmo quando chove dias a fio,
embora já não chova assim muito, hoje tudo é uma outra coisa, de repente, outro
aroma levanta-se-me na memória, o cheiro a lareira, a musicalidade do crepitar
da lenha fazia-se acompanhar pelo conforto do calor e o consequente terror das
cinzas, contudo, por muitas que tenha presenciado, em mim só reside o aroma da
lareira da casa dos meus avós...
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