Assim
que sinto o ar da tarde quase finda pelo rosto, uma sensação de paz e
simultaneamente de derrota, pelos candeeiros acesos em volta, num prenúncio de
sombras pelos passeios, estamos naquela altura do ano em que caminhamos pelo
mundo apenas sob a noite, saímos alumiados pelas longínquas centelhas
nocturnas, regressamos com o seu despertar num céu que se vai anoitecendo, daí
esta ambivalência no meu sentir, se no Verão a luz cega-me e o calor guia-me os
passos para cenários marítimos, agora esta luz enfraquecida ilumina o pormenor
das coisas, embora pese no pensar, talvez por se fazer acompanhar do passado de
cada um de nós, daí o meu desconforto, creio que a minha alma é um lugar lá
atrás (…)
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