Perdi
a conta, nesta vida, às janelas que não mais se iluminaram, sempre me fascinou,
da rua, contemplar, ao alto, uma janela iluminada, como se um vestígio do dia
na noite infinda, um obstinar de luz perante o inclemente avançar das trevas, e
um pressentimento de calor, de partilha, de conforto, no fundo, o essencial do
existir, porém, perdemo-nos tanto atrás de menoridades, por vezes, acabamos
mesmo por nos perdermos, também eu procuro esta essência (calor, partilha, um
pouco de conforto), e sempre, em mim, esta coisa de olhar o passado, de
cristalizar o acontecer, afinal, no meu pensar não há passado, presente e
futuro, tudo perdura num espaço (sem vozes silenciadas, rostos desvanecidos e
gestos apagados)...
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