Creio que, a certa altura, escrevia para não
enlouquecer. Seja lá o que isso for da loucura! Com os meus oitenta e dois anos
na terra dos homens continuo sem saber o que é a loucura! Mas, sim, ele abriu
uma porta, como todos que escrevem – repare: eu disse: escrevem, e não escrevinham,
creio que entendeu –, daí as vozes, a quem a caneta cegamente obedece,
percebia-se tão bem quando ele estava imbuído num livro, um pouco como quem
está a viver uma enormíssima paixão: distante, feliz, absorto, com pressa em
regressar, antes que o perca…
in Harmonia
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