Hoje vi-o, passeio fora, orgulhoso, com uma bicicleta
pela mão, percebia-se-lhe o tempo, mas, ainda assim, apresentável, percebi, de
imediato, o destinatário, a essa hora olharia o quadro, verde, diante de si,
talvez com uma frase para decompor ou uma conta de multiplicar, uma mão
suportava os sonhos que lhe enchiam o pensar, enquanto a outra (com um lápis?
Uma caneta?) fingia interesse pelo que se passava no quadro, àquela hora
(aproximava-se o regresso a qualquer coisa de nome lar) as escassas refeições
do dia empurravam-no para um sono crescente, andava por aqui há pouco mais de
meia dúzia de anos, porém, aprendera que o encolher do estômago é proporcional
ao alargar dos sonhos, nisto uma frase estridente fá-lo regressar-se e
estremecer Perceberam, meninos? Ele a
formular uma surda questão para si Perceber
o quê? Os sapatos que, de tão apertados, mal lhe permitiam caminhar, quanto
mais correr atrás de uma bola (...)
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