"Noites
de hospital, noites de gritos de uma dor só. Num momento de pausa, ela atravessa
corredores de desespero, até à enfermaria onde ele se encontrava, uma desculpa
profissional para se justificar por ali, mas ele ausente, a sua pausa a
expirar, regressava quando o vê sair de um gabinete, num esforço patético de
naturalidade, acompanhado de outra enfermeira, que se digladiava com uma chuva
de cabelos para repor a touca, ela cola-se à parede do lado oposto do corredor,
numa ânsia de invisibilidade, passa por eles, nada é dito, nem um cumprimento,
de novo, uma questão cansada lhe surge A
que sítio pertencemos?"
in "Do outro lado do rio, há uma margem"
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