"... a 27
de Maio de 1987, na capital da ópera, contra todas as previsões, desde uma
arrogância boçal aos favores dos média, familiarizados com nomes e marcas, e
com uma traumática experiência 3 anos antes, com uma inglória final perdida,
fruto de mais um que teve o seu preço, assisti ao mais belo bailado sobre um
tapete verde, digno da capital que acolheu tal espectáculo, só vi camisolas
azuis e brancas, de listas verticais, por todo o lado, até que, já se entrara
no último quarto de hora, após tantas bolas perdidas, o magnífico argelino faz
o impensável, aqueles singulares momentos em que a realidade se suspende para
ver no que dá… Nem um respirar se ouve… Nada! Para mim, por muito que busquem
argumentos coxos e desajustados, só o futebol tem este condão, de suspender o
respirar do mundo para se ver se uma bola entra, e, felizmente, naquela noite
de Maio, a bola entrou, e de calcanhar! O bailado fundia-se com uma justiça
poética, e, nesse momento, sabia que o meu Porto ia ganhar..."
in "Quando a magia decidiu partir"
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