Compreendemos
que a vida nos venceu quando a nossa maior ilusão (“Vamos mudar o mundo!”) nem na memória se passeia, o hoje apenas resignação, brinda-se “A
tudo o que podíamos ter sido…”, logo eu
que nunca fui de conformidades, porém, vejo-me a levantar o cálice neste brinde
(“A tudo o que podíamos ter sido…”), sim,
estou cansado, vou interromper aqui, pelo menos por cinco anos, estas
prosinhas, depois verei se lhes regresso, sinceramente não queria, chega, faz
mais de dez anos que escrevo estes textos, o primeiro foi no dia 19/02/10, já
se completou mais de uma década, é tempo de caminhar por outras paragens, ou de
regressar, não sei, confesso, a vida há-de decidir, numa destas tardes, em
conversa, levantou-se a memória de uma amiga que já partiu, tinha por hábito
correr restaurantes e cafés onde degustava as especialidades do seu agrado, ora
se deslocava a um pelo bife com queijo, ora ia a outro pela coxinha de frango, por
norma tudo iguarias bem calóricas, nada contribuía para melhorar o seu estado
geral de saúde, partiu nova, nem aos sessenta chegou, para agravar a coisa
fumava incessantemente, enquanto me deparava com a sua memória, compreendi que
a comida constituiu o seu refúgio, ninguém a pode censurar, ainda menos eu que
busco sofregamente um, tenho assistido ao desmoronar de todos os meus refúgios,
um por um, sem desespero, apenas com resignação, e bastante tristeza, os equívocos,
pois, apenas a conclusão de que ainda sou um estranho para mim, nunca é fácil
esta inferência...
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