E o
hoje é isto (três semanas para oitenta e
três anos), sentado num banco de jardim, ao lado de casa, as pernas não
permitem que o olhar deixe de ver a porta do prédio, é curioso que, com a
idade, tudo se unifica, entretanto, reparo que uma silhueta familiar se
aproxima, reconheço-a, ela Posso
sentar-me? Eu Claro. Sentou-se,
ficámos, durante um pouco, a ver o longo relvado em frente, onde três ou quatro
miúdos brincavam, por fim, decido que o silêncio se arrastara em demasia, O que a traz até estes lados? Quer dizer-me
alguma coisa? O seu olhar com as correrias na relva, porém, percebi que o
seu pensar juntava palavras para frases, Fica
tanto por dizer! Acho que hoje compreendes melhor as minhas falhas, certo? A
questão saiu-lhe pronta, sem hipótese de me socorrer de argumentos esquivos, Sim, é verdade, o céu e o inferno sempre
ao alcance de um monossílabo, pensei, ela prosseguiu A idade suaviza-nos o olhar. Eras tão inclemente: contigo, connosco,
com os outros…
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