Só
ouviu o início da frase, o resto já não lhe interessava, por sabê-lo, talvez
bem demais, assim que a voz, atrás da secretária, partiu em busca de palavras
ajustadas para pô-la a par da sua situação, ela desinteressou-se, procurou um
ponto de fuga, encontrou-o na janela, alta, estreita, uma arquitectura
desumana, opressiva, deprimente, reparou que estava ligeiramente aberta, dava
para um estacionamento, nem um vislumbre de natureza para aquietar o espírito,
nada, apenas alcatrão, carros e candeeiros, a voz, atrás da secretária,
persistia no seu tom monocórdico, sem vestígios de emoção...
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