Há uns dias, olhei um lugar e
compreendi que já nada existia, eu e o lugar, porque quem ali fui, hoje já não
sou, o que ali aconteceu, hoje só na irrealidade da minha memória, concluí,
assim, que um lugar só existe no tempo, fica-nos como a extensão material do
pensar, mas tão pouco, tão escasso, tão irreversivelmente pobre, daí a minha
conclusão: um lugar só existe no tempo; quem procure relembrar-se num regresso,
creio que perder-se-á ainda mais, não há regressos, este talvez seja o maior
dos mitos, porque regressar é impossível, nem as sombras serão as mesmas (…)
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