Quando
deixei de sonhar? Sei lá! Foi há muito, isso sem dúvida. E a esta realidade
ninguém foge. Hoje, aí sentado, você pensa que será uma excepção, não se
engane, com o tempo, vamos perdendo tudo, familiares, amigos (como se os
houvesse), objectos, faculdades, perdendo, perdendo, e perdendo, até que, certo
dia, diante de um espelho, a inevitável questão levanta-se: afinal, o que
continuo aqui a fazer? Ninguém foge a esta pergunta, mais cedo ou mais tarde
salta-nos ao caminho, e para ali fica, desdenhosa, à espera de uma resposta que
sempre calamos (afinal, o que ando aqui a fazer?), acredito que morrer começa
quando perdemos os motivos para aqui continuar, como se fôssemos perdendo a
bagagem ao longo da jornada, até nada restar, não duvide, esta é a realidade,
insiste (Quando deixei de sonhar?), talvez quando, ao pousar o rosto na
almofada, não haja desejo de um amanhã, é curioso como a vida é um constante
fechar de portas, por cada decisão tomada, fecham-se, de imediato, múltiplas
possibilidades, desde a escolha de amigos, curso, desporto, namorada, café a
frequentar, enfim, por cada direcção escolhida, logo uma infinidade de opções
fechadas, e nunca saberemos onde iria desaguar “aquele” caminho...
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