Sempre assisti aos risos, sobretudo dos outros, como
se de uma ilha, talvez mesmo de um continente longínquo, como se aquela
realidade, o riso, constituísse, em si mesma, uma obscenidade, porque o nosso
destino é o silêncio, mas enquanto para aqui andamos, sempre esta insistência
no barulho, no movimento, por norma excessivo e inconsequente, talvez porque o
pensar estagnado na ilusão que nos querem crer o mundo, mas, hoje, pensei na
frase do adeus ao aqui, que palavras
irei proferir quando já não for uma voz, tantas e tantas frases escritas, qual
seleccionarei? De repente, cai-me uma evidência com uma luz demasiada, a minha
frase do adeus ao aqui será aquela
que nunca escrevi, acho o mais sensato, se já aqui não estou, porquê insistir
numa forma de adeus, tantas e tantas
palavras gravadas na pedra, umas grandiloquentes, outras sob um véu de
simplicidade, mas a espreitar a porta da eternidade...
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