(…) falava recorrentemente da sua casa, de um só piso,
apelava aos filhos para que ninguém tocasse nos três pinheiros, do lado
direito, trazia ao seu alvo leito hospitalar com insistência a doçura da
sombra, aquando do estio, derramada pelos pinheiros, sob a qual ela e o marido
se deitavam tardes infindas, a ouvir o canto das cigarras e a melodia da brisa
entoada pelo coro das ramagens, desde o início havia um sentir generalizado de
que ela sabia, embora ninguém ousasse verbalizar, aquelas coisas que se falam
sem voz, sempre as mais significativas, e, no fundo, as que perduram (…)
in Rua das Buganvílias
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