“Como é mesmo o seu nome?”, de início esbocei um sorriso, algures entre a
genuinidade e um desconforto nervoso, com o tempo, a questão regressava, “Como
é mesmo o seu nome?”, acompanhada da mão esforçada que me pousava no antebraço,
a dúvida sentava-se bem à minha frente, não havia como desviar o olhar, o seu
eco ressoava inclementemente em cada canto de mim (“Como é mesmo o seu nome?”),
até que esta questão sucumbiu para dar lugar a uma outra “Quem é você?”,
sublinhe-se a parcimónia da voz em cada sílaba, o genuíno espanto no olhar como
se me visse pela primeira vez, creio que, como resposta, apenas lhe espelhava o
meu profundo terror por um veredicto impronunciado, nestas alturas,
refugiamo-nos num ontem feito hoje, e por aí nos deixamos estar, para
anestesiar a dor por uma evidência que nos gela o sentir, um “adeus” a um
respirar conhecido (…)
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