Ando
para te escrever há um bom tempo, bem sei, mas, confesso, não tenho encontrado
disponibilidade para tal, e paciência ainda menos, sempre isto ou aquilo a
interpor-se no caminho, contudo, hoje, quando cheguei a casa, decidi que este
silêncio não devia persistir, daí a razão do meu telefonema, não, não precisas
de dizer nada, ouve-me só, está bem? Bom, antes de mais, já sei em que pé estão
as coisas, estes dois meses e meio foram balsâmicos para arrumar as coisas aqui
por dentro, percebes, não é? Como se as coisas, algum dia, se arrumem
definitivamente no armário do nosso sentir, vamos acreditar que sim, eu, pelo
menos, voltei a entrar num cabeleireiro, isso é bom, não achas? Não, não vou
fazer o número da mulher forte, independente, fria, senhora do seu destino,
não, nada disso, sabes, com o tempo, cansei-me das máscaras, pesam muito, e só
nos ensinam, com a demasia do seu peso, a olhar o chão (…)
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