De repente,
a manhã em saudações para a tarde, a questão salta-me ao caminho, de forma
inesperada, brusca, com o seu quê desdenhoso, ali fica, diante de mim, a pairar,
sabia, de antemão, que não teria resposta para a silenciar, eu, perplexo,
confinado a um canto do meu sótão, procurei, com avidez, palavras que
permitissem construir uma frase razoável para aquietar o desagradável silêncio
instalado na sala após a questão (Afinal,
quem é o Pedro?), confesso que fiquei
siderado com a pergunta (Afinal, quem é o Pedro?), por muito que procurasse, no chão da minha alma, recolher palavras,
nenhuma se me afigurou satisfatória para construir uma frase, porém, nunca
gostei de derrotas antecipadas (um vislumbre sobre quem eu sou, quem sabe
uma nuvem partira…), de novo, olho o chão
da minha alma em busca de escolhos que me permitam reconstruir enquanto ideia,
é sabido que, quando não temos resposta pronta, devemos repetir a pergunta para
ganharmos tempo, foi a solução de recurso encontrada (“Pois… Boa pergunta!
Sem dúvida! Quem sou eu?”), neste ponto,
um longo horizonte nocturno, foi a única imagem diante de mim, um longo
horizonte nocturno, nem vislumbres de centelhas, aqui e ali, a pontuar essa
noite infinda...
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