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sábado, 27 de maio de 2017

Rio Pranto II



Ao olhar para o fundo da rua, mais ou menos quando as janelas em volta se iluminam, e a única palavra que faz sentido é regresso, ainda se lembra dos gritos e das portas que batiam, mas o que lhe doía mais era o facto de as portas se fecharem diante de si, como se lhe gritassem inclementemente indesejado, o cenário mudou várias vezes, rés-do-chão, segundo-andar, chegou a conhecer um sexto-andar, e uma cave, porém, os gritos e o bater de portas subsistiam, o inclemente grito de indesejado também, havia outros pontos em comum, das janelas só sombra dos prédios em volta, às vezes, ele olhava o passeio para, entre as pedras, sossegar a vista numa fragilidade verde que por ali despontava...

quarta-feira, 17 de maio de 2017

"O dia amanhecia, de novo, pardacento, como se esse véu emergisse das águas, e colorisse os céus. O solitário das águas estava, agora, num estatismo arrogante. Como se apelasse a um artista anónimo. Como se cumprisse um ritual. Como se aquele fosse, de facto, o seu lugar no mundo. " in "Do outro lado do rio, há uma margem"



domingo, 14 de maio de 2017

Quando a magia decidiu partir…



Hoje vou falar de futebol. Confesso que desconheço o que me impele a tal coisa. Afinal nunca havia escrito sobre o mundo da bola. Apesar de, quem me conhece, saber da minha paixão por um clube que morou a Norte… Não é equívoco o uso do pretérito. De facto, o meu Futebol Clube do Porto partiu para um qualquer lugar incógnito... E não há sinais de que tão cedo regresse. Numa madrugada de há muito, mas simultaneamente parece que ontem, acordei sozinho, nem dei trabalho ao despertador, por casa, o silêncio da hora, pelas ruas, volta e meia, o eco de um carro como um singular lamento num tempo que se prolonga em demasia, mas, como disse anteriormente, hoje vou falar de futebol, pouco passava das cinco da manhã, nessa madrugada de há muito, porém, foi das vezes que menos me custou a acordar, para mim, talvez pela idade, ainda desconhecia o que era uma lâmina de barbear, havia qualquer coisa de aventura no ar, um quê de magia sobre as coisas, algo de irrepetível que só a meninice proporciona, talvez seja o futuro de portas escancaradas, pois, talvez...