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sábado, 8 de agosto de 2020

Um ontem tão ontem

 

Foi numa hora de almoço, com uns colegas aborrecidíssimos, num desses lugares esconsos, onde se sorve o que se pensa ser uma refeição a olhar ponteiros, de pé, que o ouvi, estava na mesa atrás da minha, igualmente de pé, ignoro para quem falava, se homem ou mulher, não ousei olhar para trás, tal o fascínio das suas palavras, no fundo parecia estar a falar comigo, abandonei o meu corpo na mesa com os colegas aborrecidíssimos, pensar e sentir debruçados sobre a mesa de trás, ainda hoje se suspende, diante de mim, a sua primeira frase Acho que nunca saímos do mesmo lugar… Não sei porquê, como ecoou em mim Acho que nunca saímos do mesmo lugar… E prosseguiu Essa história de mudar, tornarmo-nos melhores, sermos o que desejarmos, apenas tolices para enganar estúpidos, vimos a este mundo com uma fôrma e dele partiremos iguais, apenas e só, dir-me-á que há quem mude, hoje pense de uma outra forma, amanhã de outra, eu respondo: Errado! Apenas se ajustou ao rumo do acontecer, pouco mais, a sua essência permanece inalterada, como a água nos diferentes estados, sólido, líquido ou gasoso, é sempre água, lá está, ajustou-se às exigências do meio, por exemplo: já viu alguém que goste de falar tornar-se introvertido? Claro que não! Pode haver circunstâncias em que se possa sentir constrangido, novos contextos, ambientes hostis, porém, na sua essência gostaria de se comunicar, está a perceber? (...)


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