"... volvida hora e meia, o estacionamento
de terra, a distribuição dos sacos, a mãe à frente, a brancura publicitava
ainda mais o efeito gelatina, seguia-se o pai, o azul-choque da tanga a
contrastar com a alvura descarnada dos membros inferiores, o irmão aos saltos
com a bola e mais qualquer coisa, a uns quantos passos atrás, a irmã, sempre
nas faldas deste quadro, a olhar como se de uma janela, demoraram o seu tempo a
instalar-se, após o guarda-sol, as toalhas, abrir as cadeiras, ligar o rádio,
pô-lo audível em relação às ondas, fechar os sacos onde havia comida por causa
da areia, ele deliciado a pôr protector nas costas da mulher, ela nem precisou
de o verbalizar, já a aguardava de frasco na mão, o filho entretinha-se a jogar
raquetas com um vizinho de um guarda-sol próximo, só a rapariga da janela se
encaminhou para a água, assim que uma onda lhe cobriu os pés, respirou fundo, avançou
mais uns passos, achou curioso, o único som advinha das águas, olhou para trás,
parecia tudo tão longe…"
in "Um dia de praia"
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