"Entretanto, descera um silêncio de
adeus no parque. Começou, também, a mover harmonia sob as águas, ao mesmo tempo
que olhava as impressões do movimento. As impressões nascidas de si. Cada vez
menos gente no parque. As janelas, dali avistadas, iluminavam-se. Olhou ainda
as águas. E o crescente silêncio do carrinho. Já era tarde. Estava na hora de
voltar. Levantou-se. Inicia um regresso vazio. Estava a ficar fresco, pensou. É
melhor estugar o passo. Não vá o bebé acordar. Mas ainda a fonte. Detém-se num
último olhar. A rapariga… Onde? Sim, é isso, onde nos perdemos? A mão no
ventre, o olhar nas águas, e a incompreensão do silêncio."
in A alma reflecte-se num espelho d´água
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