"... lembra-se no outro dia, lá no café, estava a
servir-me, enquanto a sua mão, com a chávena, num movimento descendente em
direcção à mesa, eu a desejar que o mundo se esquecesse de nós, a sentir o seu
perfume, porventura barato, mas sempre honrado, nisto, os nossos olhares a
encontrarem-se, e uma linguagem além-palavra, no fundo, quanto dissemos de nós
naquele instante, eu acho que lhe disse tudo, você também algumas coisas, uma
súbita sombra de timidez pelo seu rosto, eu a distanciar-me de mim, a perder-me
nesse novo continente que era a sua face, você, apesar da timidez, permanecia na
honra de me suster o olhar..."
in Olhos que se olham, almas que se tocam
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