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domingo, 22 de outubro de 2017

Rua do Sol



Hoje vi-o, passeio fora, orgulhoso, com uma bicicleta pela mão, percebia-se-lhe o tempo, mas, ainda assim, apresentável, percebi, de imediato, o destinatário, a essa hora olharia o quadro, verde, diante de si, talvez com uma frase para decompor ou uma conta de multiplicar, uma mão suportava os sonhos que lhe enchiam o pensar, enquanto a outra (com um lápis? Uma caneta?) fingia interesse pelo que se passava no quadro, àquela hora (aproximava-se o regresso a qualquer coisa de nome lar) as escassas refeições do dia empurravam-no para um sono crescente, andava por aqui há pouco mais de meia dúzia de anos, porém, aprendera que o encolher do estômago é proporcional ao alargar dos sonhos, nisto uma frase estridente fá-lo regressar-se e estremecer Perceberam, meninos? Ele a formular uma surda questão para si Perceber o quê? Os sapatos que, de tão apertados, mal lhe permitiam caminhar, quanto mais correr atrás de uma bola (...)

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