É estranho pensar no que fui sendo o
hoje que sou, mas encontro, apesar de tudo, pontes, umas mais estreitas do que
outras, é um facto, dependendo do ontem, há muito que deixei de olhar fotos e
objectos de dias idos, não sei porquê, mas, com o tempo, virei-lhes costas, e o
véu do desinteresse toldou-me a visão, como se compreendesse o carácter
irrepetível das coisas, contudo, apesar desta súbita clarividência, para o
amanhã só um enorme bocejo, esvaiu-se-me a magia da meninice, a tal que
permitia olhar o mundo como um lugar onde o sonho deixa pegada, sei que não estou
só nesta inferência, mas tenho a certeza de que poucos por aqui se demoraram,
daí que se tenham acelerado os ponteiros do tempo (…)
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