Bem sei que hoje quase não há cestos de papéis, e os
poucos sobreviventes habitam, com certeza, em lares onde a sua missão há muito
não é cumprida, não por culpa própria, como é evidente, mas pela idade de quem
os olha. Sempre que via uma secretária, sabia que, por baixo ou ao lado, lá
estaria o inevitável cesto de papéis, como se fosse um facto da ordem do
existir. Hoje, por muito que me custe, as coisas alteraram-se, e, raramente,
por baixo ou ao lado de uma secretária, se encontra um cesto de papéis. É
sempre difícil lidar com uma alteração na ordem do existir, parece-nos que, de
repente, alguém invadiu a casa do nosso viver e nos desarrumou as coisas(...)
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