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domingo, 7 de outubro de 2018

Paragem de autocarro



Pela janela da sala, do outro lado da rua, eu via a paragem de autocarro, nunca liguei muito àquela armação metálica onde, quase sempre, fora da hora prometida, chegava um veículo para despejar gente e levar outra tanta, como se mercadoria, só que quem subia e descia aqueles dois degraus eram sonhos, embora a maioria inconclusos, no fundo, creio que a totalidade, da janela do hoje já não vislumbro uma paragem de autocarro, e tenho saudades, porque, a partir de certo momento, eu tudo via menos aquela armação metálica, minha mãe, no início, ficava, da janela, a ver-me atravessar a estrada, de mochila às costas, por norma, nunca me sentava naquilo que se convencionou apelidar de banco, primeiro, porque estava sempre ocupado, independentemente da hora, segundo, nunca me deu para tal, ainda bem, cedia espaço a quem, de facto, dele precisava, e aqueles minutos de espera sempre serviam para esticar as pernas, foi, lembro-me tão bem, no segundo dia de aulas (…)

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