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domingo, 21 de outubro de 2018

Creio que não podia ter sido de outra forma



Ando para te escrever há um bom tempo, bem sei, mas, confesso, não tenho encontrado disponibilidade para tal, e paciência ainda menos, sempre isto ou aquilo a interpor-se no caminho, contudo, hoje, quando cheguei a casa, decidi que este silêncio não devia persistir, daí a razão do meu telefonema, não, não precisas de dizer nada, ouve-me só, está bem? Bom, antes de mais, já sei em que pé estão as coisas, estes dois meses e meio foram balsâmicos para arrumar as coisas aqui por dentro, percebes, não é? Como se as coisas, algum dia, se arrumem definitivamente no armário do nosso sentir, vamos acreditar que sim, eu, pelo menos, voltei a entrar num cabeleireiro, isso é bom, não achas? Não, não vou fazer o número da mulher forte, independente, fria, senhora do seu destino, não, nada disso, sabes, com o tempo, cansei-me das máscaras, pesam muito, e só nos ensinam, com a demasia do seu peso, a olhar o chão (…)

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