Livros do Escritor
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
terça-feira, 28 de agosto de 2018
Quantas casas cabem numa vida?
Comecei a aperceber-me de que ela não estava bem, logo no primeiro
fim-de-semana, a seguir ao almoço, íamos àquele restaurante de que tanto
gostava, sempre a gabar as doses fartas e saborosas – creio que não havia um
único conhecido seu que não tivesse ouvido falar no dito restaurante –, era um
Sábado, acabámos um pouco antes das quinze, enquanto pagava, não sei porquê, mas
fiquei a observá-la, como se para me assegurar de que era desta, de que não
havia mais equívocos, porém, daquela curta distância, não obstante o contínuo
cirandar de vultos, no interior concorrido do estabelecimento, visualizei-lhe o
início de um terror mudo pela face, nessa altura, entre o pagamento, a espera
pelo troco, pensei, confesso, que o equívoco estivesse em mim, talvez não a
tivesse observado devidamente, contudo, assim que saímos para a calçada
ensonada, numa tarde de Sábado, daquela povoação, como uma evidência, saltou-me
à vista o seu flagrante terror perante a actual circunstância (...)
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
Eu só queria que o sol aquecesse por mais um pouco a lua
Todos
os anos, por esta altura, rumamos sempre para o mesmo destino, mais
especificamente aquela povoação onde ele, já em criança, passava as férias de
Verão, um mês antes, lá por casa, o assunto torna-se recorrente: “Este ano,
vamos para lá? Ou preferes outro sítio? Estás à vontade, se quiseres mudar,
podemos ver preços… Mas ali estamos tão bem, não estamos? O que é que achas? Eu
sei que tu gostas… Podemos ficar no mesmo quarto, aquele de onde se vê ainda um
bocadinho da praia. E os miúdos gostam tanto! Andam tão felizes por lá! Já
viste? Para quê mudar?”, eu saía deste chorrilho de questões quase sempre
angustiada, simplesmente por concluir que, há doze anos, invariavelmente cumpro
os mesmos passos em Agosto, e talvez nos restantes meses, se atentar um pouco,
no dia 1 ou 2, por volta das seis da manhã, o despertador numa histeria
dissonante com a época estival, propícia a gestos vagarosos e a reequilibrar sonos,
ele abandona a cama com uma energia desajustada para a hora, para o destino,
talvez para tudo, acorda os miúdos ruidosamente no quarto ao lado, o mais velho, de onze anos, salta da cama e
perfilha o entusiasmo paterno, o outro, de nove, mantém-se deitado, e só a
muito contragosto deixa a cama e inicia os preparativos para um tão cansado
destino, quanto a mim, de repente, vejo, do hoje, uma menina a sonhar no ontem,
e suplico-lhe para não acordar (…)
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
domingo, 12 de agosto de 2018
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
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