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sábado, 7 de setembro de 2019

Sentires



E o hoje é isto (três semanas para oitenta e três anos), sentado num banco de jardim, ao lado de casa, as pernas não permitem que o olhar deixe de ver a porta do prédio, é curioso que, com a idade, tudo se unifica, entretanto, reparo que uma silhueta familiar se aproxima, reconheço-a, ela Posso sentar-me? Eu Claro. Sentou-se, ficámos, durante um pouco, a ver o longo relvado em frente, onde três ou quatro miúdos brincavam, por fim, decido que o silêncio se arrastara em demasia, O que a traz até estes lados? Quer dizer-me alguma coisa? O seu olhar com as correrias na relva, porém, percebi que o seu pensar juntava palavras para frases, Fica tanto por dizer! Acho que hoje compreendes melhor as minhas falhas, certo? A questão saiu-lhe pronta, sem hipótese de me socorrer de argumentos esquivos, Sim, é verdade, o céu e o inferno sempre ao alcance de um monossílabo, pensei, ela prosseguiu A idade suaviza-nos o olhar. Eras tão inclemente: contigo, connosco, com os outros…

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