Livros

Livros

quarta-feira, 10 de abril de 2019

O sonho tem a altura da infância



Quando deixei de sonhar? Sei lá! Foi há muito, isso sem dúvida. E a esta realidade ninguém foge. Hoje, aí sentado, você pensa que será uma excepção, não se engane, com o tempo, vamos perdendo tudo, familiares, amigos (como se os houvesse), objectos, faculdades, perdendo, perdendo, e perdendo, até que, certo dia, diante de um espelho, a inevitável questão levanta-se: afinal, o que continuo aqui a fazer? Ninguém foge a esta pergunta, mais cedo ou mais tarde salta-nos ao caminho, e para ali fica, desdenhosa, à espera de uma resposta que sempre calamos (afinal, o que ando aqui a fazer?), acredito que morrer começa quando perdemos os motivos para aqui continuar, como se fôssemos perdendo a bagagem ao longo da jornada, até nada restar, não duvide, esta é a realidade, insiste (Quando deixei de sonhar?), talvez quando, ao pousar o rosto na almofada, não haja desejo de um amanhã, é curioso como a vida é um constante fechar de portas, por cada decisão tomada, fecham-se, de imediato, múltiplas possibilidades, desde a escolha de amigos, curso, desporto, namorada, café a frequentar, enfim, por cada direcção escolhida, logo uma infinidade de opções fechadas, e nunca saberemos onde iria desaguar “aquele” caminho...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.