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sábado, 15 de setembro de 2018

Regressar



Setembro chegava e consigo trazia algo de funesto, ela nunca soube concretizar o quê, se o regresso ao trabalho, a escola dos miúdos, o encolher dos dias, a partida do calor rumo a outras paragens, o chão cobrir-se de folhas enquanto o olhar com um horizonte de esquálidas ramagens, contudo, para ela, Setembro sabia-lhe a inquietude, tudo num regresso ao lugar embora o seu há muito perdido, ainda há uns dias, em lugares da infância, um pouco de paz pelo seu sentir, a expressão aligeirada, talvez por não olhar a memória ao longe, passavam cerca de duas semanas por ali, nos dois últimos anos, as miúdas mais inquietas, com reivindicações de toda a ordem, o nada para fazer, ela ainda em argumentações, estéreis, diga-se (Mas que mal tem? Descansem!), porém, as filhas em uníssono (Descansem?! Sinceramente! Mas somos algumas velhas ou quê? Todos os nossos amigos vão de férias para sítios espectaculares, pois vocês enfiam-nos sempre neste fim do mundo), ela ouvi-as perplexa, mas havia um ponto que não podia tolerar, aquele jamais seria o fim do mundo, quando muito, seria o início, pelo menos, para ela, sim, sem qualquer dúvida (...)

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